"Viver sozinha e ter um filho não é uma tarefa fácil. Mas o que outrora era visto com maus olhos, hoje é um sinal de outros tempos. De escolhas, liberdade, coragem... A gravidez acidental, mas vários outros motivos têm contribuído para desvincular os filhos de possiveis casamentos.A liberdade de criar um filho sem a presença paterna deixou de ser um efeito colateral de uma relação que terminou e torna-se assim uma opção consciente para muitas mulheres. O que antes só viria com um casamento – a casa, um carro, viagens e crianças – depende agora apenas da disposição da mulher. Mas nem tudo são "rosas"..."

sábado, julho 31

Filhos de óvulos/esperma doados

Já falei aqui sobre um blog de uma jornalista que escreve sobre infertilidade. Na ultima postagem dela, há um depoimento de uma filha de um casal que recorreu a doaçao de esperma para terem filhos. Trascrevo o depoimento:


"Não me lembro do momento específico em que me foi dito (sobre o fato de ter sido gerada com esperma doado). Nunca houve um momento em que meus pais me sentaram e disseram isso. A informação sempre presente e eu aceitei-a como completamente normal. Foi sempre um tema aberto em casa, eu podia fazer perguntas quando quisesse. Não tem sido um grande problema na minha vida, eu não penso sobre isso o tempo todo.
Eu nunca me senti envergonhada com isso. Sempre me senti especial e interessante. Gostava de ser diferente. Nunca houve uma pergunta sobre quem é meu pai. Parece estúpido para mim. Pai é alguém que ama você, não a pessoa que forneceu o esperma para fazê-lo. Eu sempre soube desde a mais tenra idade que 'papai' significa amor, e não esperma.
Isso não se alterou durante a puberdade. Na verdade, só quando eu vim a conhecer e compreender os homens e rapazes é que percebi a pessoa fantástica que é meu pai. Senti mais amor e respeito por ele ter sido capaz de enfrentar a sua infertilidade. É preciso ser um verdadeiro homem para fazer isso.
Penso que a forma de conduzir uma conversa sobre a doação de gametas em uma família deva ser aberta e sem vergonha sobre sua decisão. Os pais têm que deixar de lado seus próprios sentimentos e focar nas necessidades de seus filhos.
Os meus pais conseguiram fazer isso e eu os respeito por isso. Posso confiar neles totalmente. Acho que se eu fosse descobrir isso tudo agora, seria muito pior. Esconder parece significar algo ruim, algo que se deve envergonhar.
Acho que a concepção por meio de doadores é uma maneira completamente aceitável para se criar uma família. Mas deve ser feita se e somente se os pais estiverem preparados para ser honestos com seus filhos. É um direito humano ter a opção de saber de onde você veio."


No caso, a garota tem um pai. No caso de uma "produção independente" há ainda outras explicações a dar...

quinta-feira, julho 29


Essa é uma outra alternativa para quem quer ser mãe/pai solteiro. A possibilidade de adoção entrou na minha vida antes de eu pensar em ser mãe solteira. Tive a oportunidade de frequentar reuinões de um projeto que ajuda pais/mães adotivos tanto na preparação quanto depois, na resolução dos conflitos que surgem no pós-adoção. Assim como a reprodução assistida, a adoção trás consigo uma série de questionamentos. Muitos deles, já os respondi dentro de mim. Outros não. Por isso, gostaria de compartilhar também aqui tudo isso.
Até onde eu sei, não há nenhuma restrição para adoção de pessoas solteiras. Até porque é assim que a maioria dos casais homossexuais faz, um adota como solteiro, já que até pouco tempo não se adimitia adoção por casais homossexuais. Portanto, quem quer ser pai/mãe solteiro pode dar entrada num processo de habilitação na Vara da Infância de sua cidade, passar por todo o processo e adotar.
Muitos dos meus questionamentos que me faço são os mesmos de quando penso numa inseminação. Outros são inerentes a adoção. Os comuns são: como seria a logística de criar um filho só? Será que dou conta? Como contornar o fato de que essa criança crescerá sem a figura paterna? Aí vem os inerentes a adoção: não estaria tirando dessa criança a oportunidade de ser adotada por um casal?