"Viver sozinha e ter um filho não é uma tarefa fácil. Mas o que outrora era visto com maus olhos, hoje é um sinal de outros tempos. De escolhas, liberdade, coragem... A gravidez acidental, mas vários outros motivos têm contribuído para desvincular os filhos de possiveis casamentos.A liberdade de criar um filho sem a presença paterna deixou de ser um efeito colateral de uma relação que terminou e torna-se assim uma opção consciente para muitas mulheres. O que antes só viria com um casamento – a casa, um carro, viagens e crianças – depende agora apenas da disposição da mulher. Mas nem tudo são "rosas"..."

sexta-feira, dezembro 23

Voltando a discutir!!


A situação do casa interpretado por Dan Stulbach e Julia Lemmertz, de certa forma (!) reascendeu a discussão a respeito da doação de gametas, seja masculinos ou femininos, para casais estereis que desejam ter filhos.
Infelizmente, na minha opinião, o tema foi abordado de forma superficial e, na verdade, o fim da relação dos dois esfriou completamente a discussão. Na verdade, poderá dar inicio a outroa que o fato de que Esther sera agora, mãe " solteira" dessa criança, já que o esperma utilizado em sua fertilização foi de alguém que ela não conhece. Vai funcionar como uma " produção independente". Tomara que o autor Agnaldo Silva traga discussões do tipo: ela deve ou nao contar a verdade? Quando e como contar?
Segue um link de uma reportagem sobre esse assunto.
Aproveito para perguntar sua opinião sobre o assunto: você faria uma fertilização com gameta doado. Você, homem, apoiaria sua mulher a fazer caso fosse estéril ? E você que e homossexual e tem o desejo de ser mãe/pai, como faria? Você que pensa em fazer uma " produção idependente", o que pensa? Quais seus dramas, duvidas?
Vamos fazer desse um espaço de discussão para pessoas que não fazem parte do " casal modelo" onde ambos podem ter filhos, mas que tem o desejo de ser mãe / pai!

quinta-feira, outubro 28

Quando é a hora?

Quando o planejamento é feito a dois, em tese, é mais fácil: divide-se a responsabilidade. Quando se planeja ter um filho sozinho(a), a decisão é sua. Tudo bem, no aspecto conciliar a melhor hora pros dois talvez seja mais complicado. Enfim, como tudo na vida, prós e contras...
O fato é: eu vou ser TIA. Meu único irmão está "grávido" do primeiro filho. Ele e minha cunhada não estavam planejando exatamente pra agora, mas "aconteceu" (isso não acontece com quem está querendo fazer produção intependente...!). Será o primeiro neto dos meus pais. Isso de certa forma me alivia, tira de mim essa "responsabilidade", já que sou a filha mais velha, blá, blá, blá. Mas, por outro lado, me faz sentir meio peixe fora d`água, já que sou a mais velha e blá, blá, blá. Muita gente diz que é besteira, que isso que protocolo, que é coisa que colocaram na minha cabeça, mas f-o-i / a-s-s-i-m / q-u-e / m-e / s-e-n-t-i. E talvez por isso tenha voltado a pensar no meu "plano B". Não só por isso, mas porque a chegada dessa criança vai despertar toda a sensibilidade da família e, talvez, fosse o caso de aproveitar o momento, para por em prática o plano B...
Vejam o momento que ela escolheu:

Nasce o filho de Lilian, mãe aos 53 anos, de doador desconhecido


Você tem algo a dizer a Lílian e Patrick?

sábado, julho 31

Filhos de óvulos/esperma doados

Já falei aqui sobre um blog de uma jornalista que escreve sobre infertilidade. Na ultima postagem dela, há um depoimento de uma filha de um casal que recorreu a doaçao de esperma para terem filhos. Trascrevo o depoimento:


"Não me lembro do momento específico em que me foi dito (sobre o fato de ter sido gerada com esperma doado). Nunca houve um momento em que meus pais me sentaram e disseram isso. A informação sempre presente e eu aceitei-a como completamente normal. Foi sempre um tema aberto em casa, eu podia fazer perguntas quando quisesse. Não tem sido um grande problema na minha vida, eu não penso sobre isso o tempo todo.
Eu nunca me senti envergonhada com isso. Sempre me senti especial e interessante. Gostava de ser diferente. Nunca houve uma pergunta sobre quem é meu pai. Parece estúpido para mim. Pai é alguém que ama você, não a pessoa que forneceu o esperma para fazê-lo. Eu sempre soube desde a mais tenra idade que 'papai' significa amor, e não esperma.
Isso não se alterou durante a puberdade. Na verdade, só quando eu vim a conhecer e compreender os homens e rapazes é que percebi a pessoa fantástica que é meu pai. Senti mais amor e respeito por ele ter sido capaz de enfrentar a sua infertilidade. É preciso ser um verdadeiro homem para fazer isso.
Penso que a forma de conduzir uma conversa sobre a doação de gametas em uma família deva ser aberta e sem vergonha sobre sua decisão. Os pais têm que deixar de lado seus próprios sentimentos e focar nas necessidades de seus filhos.
Os meus pais conseguiram fazer isso e eu os respeito por isso. Posso confiar neles totalmente. Acho que se eu fosse descobrir isso tudo agora, seria muito pior. Esconder parece significar algo ruim, algo que se deve envergonhar.
Acho que a concepção por meio de doadores é uma maneira completamente aceitável para se criar uma família. Mas deve ser feita se e somente se os pais estiverem preparados para ser honestos com seus filhos. É um direito humano ter a opção de saber de onde você veio."


No caso, a garota tem um pai. No caso de uma "produção independente" há ainda outras explicações a dar...

quinta-feira, julho 29


Essa é uma outra alternativa para quem quer ser mãe/pai solteiro. A possibilidade de adoção entrou na minha vida antes de eu pensar em ser mãe solteira. Tive a oportunidade de frequentar reuinões de um projeto que ajuda pais/mães adotivos tanto na preparação quanto depois, na resolução dos conflitos que surgem no pós-adoção. Assim como a reprodução assistida, a adoção trás consigo uma série de questionamentos. Muitos deles, já os respondi dentro de mim. Outros não. Por isso, gostaria de compartilhar também aqui tudo isso.
Até onde eu sei, não há nenhuma restrição para adoção de pessoas solteiras. Até porque é assim que a maioria dos casais homossexuais faz, um adota como solteiro, já que até pouco tempo não se adimitia adoção por casais homossexuais. Portanto, quem quer ser pai/mãe solteiro pode dar entrada num processo de habilitação na Vara da Infância de sua cidade, passar por todo o processo e adotar.
Muitos dos meus questionamentos que me faço são os mesmos de quando penso numa inseminação. Outros são inerentes a adoção. Os comuns são: como seria a logística de criar um filho só? Será que dou conta? Como contornar o fato de que essa criança crescerá sem a figura paterna? Aí vem os inerentes a adoção: não estaria tirando dessa criança a oportunidade de ser adotada por um casal?

domingo, junho 27

Quero ser mãe...




Esse é o enderço de um blog muito legal: http://claudiacollucci.blog.uol.com.br/. A Cláudia, autora do blog, discute principalmente aspéctos relacionados a dificuldade de engravidar e aos métodos de reprodução assistida. Apresenta muitos dados científicos, mas também discussões filosóficas interessantíssimas. Em uma de suas últimas postagens, falou com muita sensibilidade sobre "o desejo de ser mãe". Tomo a liberdade de transcrever um trecho pra cá:

"Sou feliz, sou amada, tenho uma vida plena e interessante, mas sinto essa "coisa" de quando em quando... uma pena. Queria não sentir."
Este trecho da mensagem da Giseli me tocou. A "coisa" a que ela se refere é o vazio que às vezes bate pela maternidade não realizada, um sentimento, aliás, bem conhecido por nós. Mas entendo que essa "coisa" vai muito além e esbarra em um denominador comum: a dificuldade de lidarmos com as frustações, com aquilo que foge ao nosso controle...
... O fato é que essas duas associações improváveis, a dor de uma paixão não correspondida e a dor pelo filho que ainda não veio, levou-me a várias indagações. O que acontece com nós mulheres? Parece que desde a mais tenra idade somos instigadas a correr atrás de um "objeto do desejo" inatingível. Por mais que tenhamos, que conquistamos, parece que nunca é o bastante. De quando em quando, vem a "coisa" a atormentar.
Hoje não tenho dúvida de que a "coisa" não se resolve com um filho. A dor da infertilidade é tão forte e, ao mesmo tempo, o mito da maternidade é tão sedutor, que muitas vezes nos deixamos enganar pelo canto da sereia, imaginando que um filho virá para resolver todos os problemas. Nossos medos, nossa solidão mais intrínseca. Um filho pode atenuá-los, mas dificilmente tem o poder de resolvê-los. Ainda bem. Já imaginaram o tamanho da responsabilidade deste bebê?
Mas às vezes a vida nos ensina a aceitar as coisas simplesmente como elas são. Aprendi isso ano passado, após sofrer meu segundo aborto. Por vários dias, perguntei-me o porquê do mesmo raio ter caído duas vezes sob minha cabeça. Meu luto acabou três semanas depois, quando recebi o resultado do teste genético do feto: trissomia do cromossomo 18, uma doença genética gravíssima, que em 95% dos casos leva ao aborto. Os 5% dos bebês que sobrevivem ao nascimento, morrem nos primeiros anos de vida devido às múltiplas má-formações. Na mesma hora, agradeci ao Universo por ter me poupado de maiores sofrimentos. E lembrei-me, de novo, daquela lenda budista que já postei aqui: boa sorte? má sorte? quem poderá dizer?

A Cláudia fala da dor da infertilidade. No caso aqui, poderíamos substituir pela dor da "falta de oportunidade". Mas acho que a "coisa" nos atormenta da mesma forma. Mais uma vez fica aqui o questinamento. Podemos resolver essa dor sozinhos (as)? Deem suas opiniões e passem lá no blog da Cláudia. Vale a pena!!!!

domingo, junho 20

Ter ou não ter filhos, eis a questão?

Olá!
Como já disse no "Quem sou eu", esse blog foi criado para discutir questões relacionadas a decisão de ter um filho sozinha(o). Muitos, tornam-se mães/pais solteiros por "acaso". Ficam viúvos, semparam-se, são abandonados pelos parceiros. Nesses casos, não há muito o que questionar, é meter as caras e enfrentar. Mas e quanto há um desejo de ser mãe/pai e não se tem um "família estruturadinha", nos moldes do padrão da nossa sociedade. Guarda-se esse desejo numa caixinha, lá no fundinho do coração? Ou "resolve-se" o problema sozinho? E caso a decisão seja: vou resolver eu-sozinha(o)-comigo-mesma(o), de que forma? Os avanços da medicina reprodutiva nos proporcionam, a nós mulheres, oportunidade de ir a um banco de semem, escolher "o pai" de nosso filho e realizar um procedimentos relativamente simples para engravidar! Para os homens, é um pouco mais complicado, já que precisam de alguém para gestar, mas não impossível. Mas e aí, temos esse "direito"?. Gerar um bebezinho "apenas" para satisfazer um desejo? E como fica a relação desse ser humano com o mundo quando souber a maneira como foi gerado? Uns dizem não haver problemas, já que a criança saberá que foi muito desejada. Outros dizem que o pai, no caso da opção ser feita pelas mulheres, fará muita, muita falta. Fora os dramas éticos inerentes a própria reprodução assitida, do tipo: conhecer/não conhecer a identidade do doador do semen/óvulo? O que fazer com embriões não implantados?
Os questionamentos são muitos, mas o desejo também, por isso estou aqui. Gostaria de ouvir(ler!) opiniões e experiencias. Acho que podemos aprender bastante juntos...